O
segmento comercial de chocolates especiais vem crescendo na Bahia desde o
início de segundo semestre, mesmo com os impactos negativos da pandemia da
covid-19 que afetam a economia mundial. A Bahia Cacau, fábrica de chocolate da
agricultura familiar, localizada no Sul da Bahia, que conta com recursos do
Projeto Bahia Produtiva, da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Governo do
Estado (SDR), expandiu sua carteira de clientes de forma significativa.
O
sentimento de superação da pior fase da doença, amparado em dados de redução
dos casos de coronavírus no Brasil, ajuda a alavancar a retomada da atividade
econômica e especificamente das vendas e consumo de chocolate especial de
origem. “Temos recebidos encomendas de empresas da região da Chapada Diamantina,
Recôncavo, Vale do Jiquririçá, Região Metropolitana de Salvador, Sudoestes da
Bahia, além dos Estados de São Paulo, Brasília, Brasília, Minas Gerais e Rio de
Janeiro”, explica Osaná Crisóstomo, diretor-presidente da Cooperativa da
Agricultura Familiar e Economia Solidária da Bacia do Rio Salgado e Adjacências
(Coopfesba), responsável pela gestão da Bahia Cacau. Segundo ele, o crescimento
nesse período foi de 20%.
Além
de chocolates premium (com variações entre 35% e 70% de teor de cacau,
variedades como o chocolate com pimenta, nibs e geléias, a Bahia Cacau lançou o
Mel de Cacau, produto de altíssima qualidade e com grande potencial de mercado.
Crisóstomo
diz ainda que os empreendimentos que mais compram os produtos Bahia Cacau para
revenda do chocolate são “supermercados, padarias, lojas de conveniências e de
produtos naturais, restaurantes e delivery de alimentos”. O dirigente completa:
“os consumidores têm demandado por um produto de mais qualidade, saudável e que
tenha na sua matriz a preservação dos recursos naturais”.
Chocolates Natucoa
Outra marca da agricultura familiar no Sul da Bahia que vem consolidando e ampliando mercados é a Natucoa. Além de chocolates de origem e nibs, a Cooperativa de Serviços Sustentáveis da Bahia (Coopessba), em Ilhéus, que tem a marca Natucoa, apresentou novidades como barras de chocolate com licuri (espécie de coquinho nativo) e pasta de cacau com licuri. Além de produtos diferenciados, a cooperativa tem investido na modernização das embalagens e em marketing, principalmente nas redes sociais.
De
acordo com a diretora da Coopessba, Carine Assunção, com esses investimentos,
as vendas cresceram cerca de 30%, mesmo em período de pandemia. O
empreendimento vem trabalhando a melhoria da qualidade da amêndoa do cacau, o
aumento da produção, e qualificando o processo de comercialização. Estão sendo
investidos R$ 2,5 milhões, que incluem ações como a ampliação da capacidade
produtiva e o desenvolvimento de nova marca e embalagens, focando nos mercados
varejista e atacadista. Carine destaca ainda que “a pandemia deu um impulso
maior na busca de novos mercados, incluindo pontos de venda em outros mercados
e às vendas online. Nesse processo, ela explica, foi fundamental dar maior
visibilidade à marca Natucoa. A cooperativa chegou a contratar uma empresa de
marketing para profissionalizar o setor e lançou uma revista digital destinada
aos revendedores.
De
acordo com o secretário de Desenvolvimento Rural da Bahia, Josias Gomes, O
Governo do Estado tem investido na agregação de valor dos produtos da
agricultura familiar. “São diversas cooperativas que estão aumentando a renda
dos agricultores cooperados”. As Coopfesba que detém a marca Bahia Cacau e
Natucoa são importantes incentivadoras de acesso ao crédito rural através dos
projetos que seus técnicos elaboram, além de incentivar a exploração
extrativista ecologicamente sustentável na agricultura familiar”, destaca o
secretário.
Sobre o Bahia Produtiva
Para apoiar o sistema produtivo do cacau, o Governo Estado está investindo R$ 30 milhões somente pelo projeto Bahia Produtiva. Os recursos são aplicados em assistência técnica e extensão rural para o melhoramento no manejo da planta e com a aquisição de equipamentos que possibilitarão desde a preparação adequada da amêndoa, até o beneficiamento na fábrica. Estão incluídas também iniciativas voltadas para o acesso ao mercado. O Bahia Produtiva é executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), vinculada à SDR, com cofinanciamento do Banco Mundial.
Por: Daniel Thame