quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Ilhéus: Câmara reorganiza frente parlamentar das mulheres

 


Criada através de decreto legislativo, em 2018, a Frente Parlamentar das Mulheres contará no mandato que se inicia com as participações efetivas das vereadoras Enilda Mendonça e Ivete Maria de Souza. Como desde 2012 o parlamento ilheense não contava com a eleição de mulheres, a Frente Parlamentar, desde sua criação, foi representada até aqui por vereadores do sexo masculino. O fortalecimento na iniciativa, com a presença da representatividade feminina, foi tema de encontro entre as duas vereadoras e o presidente da Câmara, Jerbson Moraes.

A proposta é de que, desde a abertura do período legislativo, em fevereiro, seja reestruturada a Frente Parlamentar. Professora Enilda destaca a importância da iniciativa, que atua na defesa de políticas públicas para mulheres, no enfrentamento à violência doméstica e é um instrumento que luta por ideias e ações para defender os seus direitos.

Políticas Públicas

Em 2018, a maior motivação para a criação da frente era o número crescente de mulheres que sofriam violência e feminicídio. De lá pra cá – afirma Enilda – pouca coisa mudou.  “Vamos provocar o debate acerca das possibilidades de concretizar políticas públicas que possam identificar, registrar e diagnosticar os principais problemas enfrentados pela mulher ilheense, bem como apontar soluções e caminhos que garantam acesso, segurança, saúde e mais qualidade de vida a essas mulheres”, afirmou.

A frente também visa promover a autonomia e igualdade no mundo do trabalho e cidadania, debater e encaminhar propostas de legislações de educação inclusiva não sexista, que tratem da saúde das mulheres, direitos sexuais e reprodutivos; bem como debater propostas que alterem a situação da violência doméstica contra a mulher.

Apoio

“É através desta Frente Parlamentar que é possível, também, fortalecer a nossa luta, cobrando para que as instituições de acolhimento funcionem de forma regular”, afirma a vereadora. “Vamos também abarcar diversos movimentos de mulher para que o movimento seja forte, coletivo e participativo”, completou. Enilda faz questão de ressaltar que desde que assumiu a iniciativa pela reativação da Frente Parlamentar, tem recebido total apoio do presidente da Casa, Jerbson Moraes.

Via: Bahia online

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Ilhéus: Saiba quem são as pessoas que podem tomar a vacina da covid-19 na primeira fase

 

A vacina da Covid-19 chega no município de Ilhéus na manhã desta terça-feira (19) e muitas pessoas desejam saber quem está autorizado a receber a imunização contra o coronavírus nesta 1ª fase. Confira quem são os grupos prioritários de acordo com o Plano Municipal de Vacinação.

“Não adianta a população em geral ir para o posto de saúde procurar a vacina da Covid-19, porque nesta primeira fase serão vacinados apenas os trabalhadores da saúde que estão na linha de frente no combate ao coronavírus, que laboram em hospitais, Unidades de Pronto Atendimento, Pronto Atendimentos, SAMU; os idosos abrigados que tem de 60 a 80 anos ou mais; e indígenas”, adiantou o secretário de saúde de Ilhéus, Geraldo Magela.

Para a 1ª fase, estima-se um total de 29.632 doses, duas doses para cada usuário.

Na 2ª fase da vacina Covid-19, a população prioritária abrange as pessoas de 60 a 74 anos; um total de 31.062 doses estimadas, duas doses para cada usuário.

Para a 3ª fase, a Sesau estipulou 16.494 doses para pessoas com comorbidades num esquema também de duas dosagens. Para a 4ª fase, entram os professores de nível básico e superior; forças de segurança e salvamento; e funcionários do sistema prisional, totalizando 6.956 doses.

 Via: blog Jornal do Radialista

domingo, 17 de janeiro de 2021

O Cangaço tem que ser mais estudado!


Baiana, natural da brava Paulo Afonso.

Ela nasceu Maria Gomes de Oliveira, ficou conhecida como Maria de Dea acréscimo que veio do nome de sua mãe, como é costume no Nordeste. No entanto, depois de seu assassinato, passou a ser Maria Bonita. É verdade, só depois de sua morte é que ela recebeu esse nome. Incrível, não? Se estivesse viva, Maria Bonita completaria hoje 111 anos. No mesmo dia do seu nascimento, 55 anos depois nos Estados Unidos, nascia Michelle Obama que veio a ser anos depois a primeira-dama norte-americana.

 

O cangaço já foi objeto de vários estudos sociológicos, históricos, mas ainda acho que o tema é objeto de interpretações de vários estudos pouco esclarecedores do momento em que ocorreu o fenômeno, onde a lei era o “olho por olho, dente por dente” vigente no nordeste. Não sei, mas ainda cabem estudos que dêem  conta de forma mais profunda qual o mundo político nordestino da época e seus atores principais. O tema precisa ser socializado para entendermos, inclusive, os movimentos libertários que se seguiram na região, a exemplo das lutas campesinas.

 

Desde a adolescência, me interessei pelo tema, o primeiro livro que li sobre o cangaço foi Lampião, Cangaço e Nordeste de Aglae Lima de Oliveira, isso quando ainda estava no Ginásio Agrícola de Escada no início dos anos de 1970. O aprendizado adquirido no livro me valeu o direito de responder sobre Lampião num programa que a direção do Ginásio fazia semanalmente, imitando a rede Tupi, que tinha um programa onde o apresentador Jota Silvestre entrevistava uma pessoa sobre uma personalidade, até o mesmo cometesse um erro de resposta. Aglae respondeu durante meses sobre Lampião, eu assisti a todos os programas. Depois continuei lendo muito sobre o tema, mas confesso que é necessário mais estudo. Recentemente, o tema da mulher no cangaço tem sido objeto de estudos que valem a pena serem lidos, a maioria é biografias, mas contextualiza muito bem a presença das mulheres no cangaço. Para conhecer e compreender a razão e o porquê de mulheres de ingressarem no cangaço, torna-se indispensável a leitura destas novas publicações.

 

No entanto, hoje é dia de relembrar a mais importante mulher cangaçeira, a rainha do cangaço. Foi casada com Zé de Neném, natural de Santa Brígida, - terra do meu companheiro Gordo de Raimundo- abandonou o marido pra se unir ao rei do cangaço. Alguém naquele mundo de meu Deus brigaria com o "homi" pela posse de Maria de Dea? A história do Cangaço explica o mundo de opressões que vivia os nordestinos. Lampião e o seu bando de valentes não foram meros assassinos. Foi um homem do seu tempo que não aceitou o assassinato do seu pai, nem a usurpação da pequena propriedade de terra. Lutou como um Dante, errou como qualquer um erraria naquelas condições opressoras.

 

É preciso entender as razões políticas e econômicas para se fazer justa análise das inúmeras atrocidades praticadas pelos cangaçeiros e seus perseguidores - as tropas oficiais- já documentadas e do conhecimento geral. É tanta riqueza histórica que precisamos nos debruçarmos para entender a capacidade que o comandante Lampião exercia no Nordeste e fazia temer o poder Federal. Tanto que foi condecorado pelo estado como Capital Virgulino, o objetivo era jogar o cangaço contra a Coluna Prestes, fato que não ocorreu, mas que serviu pra receber armamento moderno. Também carecemos de mais explicações sobre o fato de Lampião ter uma série de coiteiros, dentre eles, governadores, latifundiários, policiais militares. Talvez essa conjuntura nos alertem para um fato: a revolução de 1930 com suas ambiguidades, mas que tenha vindo pra modernizar o país e em grande parte o fez. Apesar de manter a mesma estrutura social que bem poderia dar fim nesse país que era e continua sendo tão desigual. Getúlio se tornou um ditador que navegou na onda autoria dos anos Hitler/ Mussolini.

 

Igual aos dias atuais, onde somos mais uma vez, um país refém de uma onda antidemocrática patrocinada por um déspota que contou com apoio da direita e de grande parte da mídia. E a essa altura, há nordestino cabra da peste que não diga: ah, Lampião que faz falta! Mesmo que a afirmação acima seja exagerada, é inegável que devemos beber da fonte de coragem de Lampião e Maria Bonita, usando os meios democráticos para subvertermos a opressão do desgoverno que consegue ser mais violenta do que os tempos do Cangaço!

Via: Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia licenciado e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).