O novo Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, é um bom exemplo de que arquitetura e acessibilidade devem estar associadas ao exercício da cidadania de forma plena a todos os seus usuários. Sinalizações desde o estacionamento, braile nos acessos públicos, banheiros adaptados para deficientes físicos são algumas das regras estabelecidas – e cumpridas no hospital – todas encontradas na Lei Nacional de Acessibilidade, considerando que, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, do IBGE, 12,4 milhões de brasileiros, o equivalente a 6,2% da população, possuem algum tipo de deficiência.
Mas, no Hospital Materno-Infantil, a recepção tem um olhar ainda mais humanizado deste acesso inclusivo, especialmente para auxiliar as gestantes surdas. A recepcionista Ana Paula Souza Santos, de 36 anos, também promove o atendimento usando a Língua Brasileira de Sinais (Libras). “A ideia é tranquilizar quem precisa deste modelo de ajuda. É oportunizar um atendimento inclusivo”, explica. São sinais considerados simples, mas importantes para as mulheres que procuram atendimento. “Bem-Vinda”, “Está sentindo muita dor?”, “Por favor, seus documentos”, “O médico já vai te atender”, são alguns deles.
Ana Paula participou de um curso na Associação de Mudos de Ilhéus. Iniciou a faculdade de Letras/Libras, mas teve que interromper ao engravidar da segunda filha. Hoje, participa do curso técnico em Gestão Hospitalar e considera esse modelo de trabalho importante, especialmente para estabelecer o primeiro contato com quem procura ajuda no hospital. “Acessibilidade dos surdos nas repartições pública, hoje, significa uma conquista, fruto de muita luta, para que pessoas com deficiência auditiva possam ter acesso a qualquer tipo de comunicação”, afirma.
Para além de oferecer o serviço, Ana Paula também constrói um “trabalho de formiguinha” e está ensinando às colegas os sinais básicos que podem auxiliar no atendimento inclusivo. Ela grava vídeos e os disponibiliza no grupo de trabalho. Aliás, bom frisar, o atendimento proposto não deve se restringir à recepção. A ideia da funcionária é de contribuir, sempre que necessário, para servir de intérprete entre a paciente e o profissional médico. “Sim, a ideia é acompanhar caso esta mulher esteja sozinha”, assegura. Uma lei federal determina que grávidas com este perfil podem ter tradutores e intérpretes de libras presentes até durante o parto, caso a acompanhante não esteja apta a se comunicar com ela e com a equipe médica. “Os sinais básicos podem ajudar muito. Especialmente nesta hora”, reconhece Ana Paula.
O Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio é uma obra recém-inaugurada pelo Governo da Bahia, através da Secretaria Estadual de Saúde (SESAB), administrado pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF SUS). Todo o projeto do hospital está baseado na humanização do cuidado, nos direitos da mulher e da criança e na consolidação do Sistema Único de Saúde, que são princípios da ação de trabalho desenvolvida pela fundação. A missão é oferecer segurança e eficiência no cuidado com o público materno-infantil do sul da Bahia, contribuindo para a redução das mortes materna, neonatal e infantil no estado.
Fonte: ASCOM - Hospital Materno-Infantil
Jornalista
Resp. : MM – MTb 3935