Mais um importante passo foi
dado hoje (16) pela manhã para que o Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim
Sampaio, em Ilhéus, se torne, em breve, a primeira unidade hospitalar da Bahia
e a segunda do Brasil a oferecer serviços do programa de atenção especializada
para os povos originários. O Plano de Metas e Ações deste programa (IAE-PI) foi
assinado pela diretora-geral do HMIJS, enfermeira Domilene Borges, pelo
coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia (DSEI Bahia),
Flávio de Jesus Dias e pelo Presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena
da Bahia (Condisi), Sérgio Utiarite Bute. Também participou do ato, a
enfermeira Jeane Oliveira, diretora do Núcleo de Integração ao Cuidado do
HMIJS. Agora o documento segue para análise final da Secretaria Estadual da Saúde
e do Ministério da Saúde.
A iniciativa visa avançar na
qualificação da prestação do serviço aos Povos Originários da Bahia,
respeitando contextos interculturais, cuidados tradicionais e a presença de
atividades de educação permanente nas aldeias, dentre outros importantes eixos,
conforme previsto em Portaria do Ministério da Saúde. O IAE-PI também vai
incrementar acessos a serviços de saúde de média e alta complexidade na rede
SUS, garantindo a complementariedade da atenção.
Conforto
e tradição
Segundo o documento assinado
hoje, as diretrizes gerais que norteiam os objetivos vão desde a melhoria no
acesso das populações indígenas ao serviço especializado; adequação da
ambiência de acordo com as especificidades culturais; ajuste de dietas
hospitalares considerando os hábitos alimentares de cada etnia; acolhimento e
humanização das práticas e processos de trabalho dos profissionais em relação
aos indígenas e demais usuários do SUS, considerando a vulnerabilidade
sociocultural e epidemiológica de alguns grupos. Estão previstos ainda o
estabelecimento de fluxo de comunicação entre o serviço especializado e a
Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena, por meio das Casas de Saúde Indígena
(CASAI) e a qualificação dos profissionais que atuam nos estabelecimentos que
prestam assistência aos povos indígenas quanto a temas como interculturalidade.
Tanto Sérgio Bute, que
representa o controle social, quanto o cacique Flávio Dias, que é vereador
licenciado no município de Euclides da Cunha e representa a gestão do DSEI,
elogiaram a estrutura do hospital. Eles visitaram as instalações e asseguraram
que o modelo a ser implantado em Ilhéus deve servir como referência e exemplo
para todo o Brasil. “Vamos levar o que vocês estão propondo executar para
debate em todo o Brasil. É um modelo inovador”, assegurou o cacique.
Atenção
e cuidado
Nas últimas semanas a direção
do HMIJS tem intensificado ações nas comunidades dos Povos Originários. Direção
e técnicos já visitaram as aldeias Itapoã e Acuípe do Meio, dialogaram com os
técnicos e enfermeiros do Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia e
convidaram lideranças indígenas para uma visita-guiada ao hospital. Esta última
ação deve ocorrer nos próximos dias.
O Brasil tem quase 1,7 milhão
de indígenas, segundo os dados de 2022 divulgados pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística). Com 229.103, a Bahia conta com a
segunda maior população indígena no país, o que representa 1,62% dos habitantes
do estado. No ranking das 50 cidades do Brasil com maior comunidade do grupo
étnico, a Bahia ainda conta com Porto Seguro, em 14°, e Ilhéus, 21°, com pouco
mais de 12 mil pessoas que vivem tantop na zona urbana quanto na zona rural.
Representatividade
Os Tupinambá estão situados em
uma área de 47 mil quilômetros quadrados entre os municípios de Ilhéus,
Buerarema e Una, no Território Litoral Sul da Bahia. São 23 aldeias
tradicionais e pelo menos 90 por cento desta área ficam localizados no
município de Ilhéus. De uma população de 8 mil pessoas aldeiadas,
aproximadamente 5 mil são mulheres.
Fonte: Ascom - HMIJS