Auxiliar no desenvolvimento de um
ecossistema de agricultura familiar e regenerativa da cultura do cacau é o
objetivo do Kawá, fundo de investimento voltado para pequenas propriedades do
país. A iniciativa, lançada esta semana, pretende levantar R$ 1 bilhão até 2030
para investir em projetos ligados à cadeia produtiva da fruta na Bahia e no
Pará.
O projeto é uma parceria do
Instituto Arapyaú, organização voltada para desenvolvimento justo, inclusivo e
de baixo carbono do país, e da ONG Tabôa Fortalecimento Comunitário, que atua
para fomentar acesso a recursos financeiros e estímulo à cooperação, para
projetos de sustentabilidade e justiça socioambiental.
Para o gerente de bioeconomia do Instituto Arapyaú, Vinicius Ahmar, o projeto vai contribuir para melhorar as condições de vida de pequenos produtores, de baixa renda e com baixa produtividade na produção.
“Com o Kawá, queremos ampliar a
escala de impactos econômicos, sociais e ambientais positivos, atraindo
investidores de maior porte para destravar modelos produtivos que façam uso
sustentável do solo e gerem renda para quem mais precisa e quem conserva a
floresta", disse.
Diversas organizações integram a
iniciativa que pretende beneficiar, na primeira fase, 1,2 mil agricultores dos
dois estados, com cerca de R$ 30 milhões.
O nome Kawá faz referência à
forma como o cacau era chamado nas civilizações pré-colombianas, quando era
conhecido como kakawa. A iniciativa mescla recursos concessionais e
filantrópicos com capital público e privado.
O Kawá é classificado como um
Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro). A
metodologia de concessão de crédito é mais simplificada e acessível.
Ao receber o crédito, o produtor
tem até 45 dias para realizar o investimento. Após esse período, são 36 meses
de prazo para pagá-lo, com uma média de seis meses de carência.
Os recursos têm como destino o
custeio da adubação, irrigação, mão de obra, compra de equipamento e
adensamento com mudas.
Além disso, o Kawá prevê a
possibilidade de comércio de créditos de carbono de conservação por parte dos
produtores. A iniciativa tem ainda parceria da Associação Nacional das
Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), que sinalizou a possibilidade da compra
do cacau dos produtores beneficiados.
A assistência técnica ficará a cargo Consórcio Intermunicipal do Mosaico das Apas do Baixo Sul da Bahia (Ciapra), da Fundação Solidaridad e da Polímatas Soluções Agrícolas e Ambientais.
Fonte: Agencia Brasil