Os petistas Jaques Wagner e Rui Costa oficializaram, nesta segunda-feira (26), seus nomes como pré-candidatos ao Senado na chapa majoritária da base governista baiana para as eleições de 2026. A confirmação ocorreu durante entrevista concedida à rádio Metrópole, onde também reafirmaram apoio à candidatura de Jerônimo Rodrigues (PT) à reeleição como governador da Bahia.
Questionados diretamente se está "combinado" que serão os dois nomes ao Senado na chapa encabeçada por Jerônimo, ambos foram diretos: “Sim”, responderam. A declaração sela o alinhamento entre os principais líderes petistas da Bahia e antecipa um embate dentro da base aliada, especialmente com o senador Angelo Coronel (PSD), que já declarou publicamente que buscará a reeleição e não pretende abrir mão da disputa.
“Estamos buscando a unidade do grupo. Esse é o desejo, e vamos encontrar um jeito de não matar o boi e não deixar o freguês sem carne”, afirmou Jaques Wagner, ao comentar sobre os desafios para a construção de uma chapa que agrade a todas as forças políticas aliadas.
A fala de Wagner vem na esteira de movimentações e especulações sobre uma possível renúncia à sua candidatura ao Senado para acomodar interesses do PSD, especialmente do senador Otto Alencar, presidente estadual da sigla, que articula a permanência de Coronel na chapa.
Na semana passada, o portal Bahia Notícias revelou que Wagner teria questionado Otto nos bastidores: “Eu terei que me sacrificar para manter a unidade?” — em referência à pressão para ceder sua vaga na chapa. A informação acentuou o clima de tensão entre PT e PSD, dois dos principais partidos da aliança que governa a Bahia desde 2007.
Respondendo às especulações, Wagner foi categórico: “A unidade vai ser construída sem essa necessidade. Eu acho que as pessoas têm que aguardar um pouco”, afirmou na última sexta-feira (23), enfatizando que a hipótese de abrir mão da disputa foi apenas uma reflexão, não uma intenção.
Com a pré-candidatura de Wagner e Rui formalizada, o cenário político da Bahia começa a se desenhar com mais clareza. A exclusão de Coronel da chapa majoritária, no entanto, promete gerar novas disputas internas e pode exigir mais negociações dentro da base até a definição final das candidaturas.
A eleição de 2026 será marcada pela escolha de duas vagas ao Senado, o que naturalmente amplia o espaço de disputa entre os aliados do governo estadual. Ainda assim, a sinalização feita por Wagner e Rui demonstra que o PT pretende manter o protagonismo e liderar a composição da chapa com nomes de peso e articulação nacional.