A aviação comercial brasileira enfrenta um dos momentos mais desafiadores da sua história. Duas das maiores companhias do setor, Azul e Gol, recorreram à Justiça para tentar reorganizar suas finanças e manter as operações. A Gol iniciou o processo em janeiro de 2024, com uma dívida estimada em R$ 20 bilhões. Já a Azul entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos em maio de 2025, buscando reestruturar mais de R$ 11 bilhões em passivos.
O uso do Capítulo 11 da legislação norte-americana permite que as empresas sigam operando enquanto renegociam dívidas, estratégia vital para garantir empregos e manter rotas em funcionamento. A crise no setor é reflexo direto da pandemia, da alta do dólar, do aumento nos custos com combustível e da falta de apoio estatal.
Diferente de países como EUA e membros da União Europeia, o Brasil não ofereceu suporte financeiro ao setor durante a pandemia, agravando a situação. Especialistas alertam: sem políticas públicas eficazes, infraestrutura adequada e alívio fiscal, as medidas judiciais adotadas pelas companhias podem ser apenas paliativos diante de um cenário estruturalmente fragilizado.