O período de colheita do café começou com boas expectativas para produtores e consumidores. Com a intensificação da safra 2024/2025 nas principais regiões cafeeiras do país, especialistas do setor agrícola apontam para uma possível redução nos preços do grão nos próximos meses. O aumento da oferta, impulsionado por condições climáticas favoráveis e projeções otimistas de produtividade, pode trazer alívio ao bolso do consumidor.
Estados como Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e São Paulo já estão em plena atividade de colheita, com previsões de uma safra robusta. De acordo com estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira deste ano pode superar os 58 milhões de sacas, o que representa uma recuperação significativa após as perdas causadas por secas e geadas em anos anteriores.
A expectativa de maior oferta impacta diretamente os preços no mercado interno e externo. Com mais grãos disponíveis, é natural que os valores sejam ajustados, beneficiando tanto torrefadores quanto consumidores finais. Nos supermercados, a tendência é que os preços dos cafés moídos e em grão apresentem queda gradual à medida que o novo volume colhido começa a chegar aos centros de distribuição.
Além disso, a valorização do real frente ao dólar também pode contribuir para conter os preços no mercado doméstico, uma vez que parte da produção brasileira é exportada. Com um câmbio menos favorável às exportações, parte dos estoques tende a ser comercializada internamente, ampliando a concorrência e pressionando os preços para baixo.
Apesar da boa notícia para o consumidor, produtores seguem atentos aos custos de produção e à necessidade de políticas que assegurem rentabilidade mesmo em períodos de safra cheia. Ainda assim, o cenário geral aponta para um momento positivo para o setor, que poderá, enfim, retomar o equilíbrio entre oferta e demanda após ciclos de instabilidade.